Anti-silêncio

O silêncio por vezes incomoda. Incomoda principalmente se não nos senitmos á vontade com a pessoa que está a nosso lado. Há quem não saiba apreciar a beleza do silêncio. Já não falo do silêncio total, no vazio de sons, mas no silêncio de voz, de palavras, de diálogo. Há aquelas pessoas com quem estamos a conversar e de repente acaba o tema e não há mais assunto que surja na mente de ambos, o que acontece se não nos sentirmos á vontade com essa pessoa? Há a sensação de mal estar, o ambiente fica "pesado" e a presença dessa pessoa começa a incomodar. Já se nos sentirmos á vontade e não tivermos problema de falar sobre seja o que for, se estivermos a ser verdadeiros e não a conversar só para agradar, aí não há qualquer mal estar, fica-se calado e o silêncio não incomoda.

O anti-silêncio é um vicio que está na mente da maioria de nós. O vicio de um barulhinho de fundo, o ruído constante, como o burburinho num autocarro, o som da tv ou de um rádio sempre presente mas aos quais nem prestamos atenção...

"O hábito faz o monge"

Temos que perceber o que é natural na vida. Para muitas pessoas o amor é como a morte - nem se fala disso. Porquê? Porque nos desperta emoções fortes? Mas o que é a vida sem emoções? Trabalho? Uma carreira de sonho? Dinheiro? Mas tudo isso é essêncial, faz parte da lei da sobrevivência - é preciso trabalhar para ter dinheiro para comer, para ter uma casa onde dormir (com maior ou menor conforto). Disso ninguém pode escapar, é obrigatório e por isso mesmo não pode fazer parte dos nossos objectivos. Assim, sem amor, a vida não faz sentido...mas eu disse amor e não ficar com uma pessoa por hábito. "O hábito faz o monge", ou seja, é o hábito que o monge trás vestido que o identifica. Não queiram ser identificados como uns infelizes que não estão bem com a vida que levam e com a pessoa que têm ao lado mas no entanto matêm-se ali. O ego deixa de existir. Expludam para não implodir numa infelicidade eterna e interna.

Monstro do medo

O ser humano é um bicho estranho! Pleno de sentimentos com os quais não sabe lidar, confundem a mente, assustam, fazem doer não se sabe bem o quê e a solução é guardá-los bem fechados dentro de cada um de nós. Quem tem o dom de saber transmiti-los e libertá-los é quem sabe, por natureza ou porque aprendeu, lidar com eles. São as pessoas que se conhecem bem e estão em paz consigo próprias e são os corajosos que resolveram enfrentar o monstro do medo, do sentimento, os que perceberam que era um desperdício de tempo mantê-los congelados e deixou fluir o seu calor.

Quem não está bem consigo mesmo não está bem com o mundo, e os outros sentem isso. O nosso amor só chega ao outro na sua totalidade quando enfrentamos o tal monstro do medo que vive dentro de nós.

Ver «Declaração»; «Esperança»; «Embaixador»; «És...» IN:

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Histórias...

O que procuramos? Histórias que nos contem um final feliz e vivemos esses momentos como se fossem nossos porque era assim que queriamos que a nossa história terminasse. Por vezes gostamos de mostrar aos outros que nada daquilo nos toca porque é tudo uma lamechice e nós somos insensíveis. Neste caso não queremos é por o coração a trabalhar, ele está sossegado assim, sem sentimentos...É como ouvirmos aquelas músicas com doces palavras, sabem tão bem...porque imaginamos que são para nós, porque era o que queriamos ouvir mas rapidamente mudamos a estação de rádio porque nem nos queremos lembrar disso, porque fazem vibrar os sentimentos e eles estão adormecidos, não os queremos acordar!

Mas também nos identificamos com aqueles filmes que terminam em mistério. Em que a história fica sem solução, porque no nosso interior também há uma ou mais histórias que não foram solucionadas e que estão congeladas...

Tempo

Muitas vezes o que fazemos é ocultar os nossos problemas, dúvidas e medos. Fugimos deles em vez de os enfrentarmos e andamos assim a evitar calcar as minas que plantamos no terreno da vida, com receio que explodam e os outros se apercebam dos nossos medos. Se explodir temos que dar de caras com o que tentamos contornar e isso dói. Mas isso é crescer, é evoluir, é olhar para o fututro, é enfrentar o mundo com coragem e não ficar indiferente à vida. Os nossos grandes medos estão relacionados, na sua maioria, com sonhos que estiveram próximos de ser realizados mas que caíram por terra a meio ou perto do êxtase e tornaram-se num pesadelo, criando traumas e sofrimento. Como reagimos? Revoltámo-nos contra tudo e todos e, em vez de darmos mais uma hipóteses de sermos felizes, tornámo-nos aparentemente insensíveis e não queremos nada com os sentimentos porque estes estão doridos, feridos. Mas isto não resolve nada, fica lá o problema, a raiva e a dor contidos.

Fazemos assim um esforço contínuo e prolongado em vão, porque não nos leva a lado nenhum, não abre portas, não nos faz avançar na procura da felicidade e dos nossos objectivos. Assim o destino fica congelado e quando resolvemos dar mais uma hipótese partimos do ponto em que paramos.

Agora pergunto:

E aquele tempo em que nada fizemos para avançar? - Esse espaço de tempo em nada contribuiu para crescermos nem aprendermos nada, ficou apenas imóvel, estático, à espera que o descongelásse-mos, que usásse-mos o nosso calor (sentimento e sensibilidade) para o derreter. Esse tempo paira no vazio. É quase como um limbo no nosso destino. è tempo perdido, porque apesar de ter ficado em branco (como as páginas de um livro que ainda não foi escrito) ele fez parte da contagem decrescente para o fim.

Ver «Amanhã» IN:

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Fado

Concentra-te e verás. O teu destino és tu que o fazes! Não vou pressionar-te, não vou manipular as tuas decisões, não quero que depois me culpes por isso. Se existir um depois será com o consentimento que deste a ti próprio, se não houver será bom da mesma forma, porque foi o destino que quiseste.

Fazer escolhas e tomar decisões é tudo o que podemos fazer no dia-a-dia para controlar o nosso próprio fado. Temos que treinar para dar o tiro certeiro no alvo, no nosso objectivo. Mas é condição essêncial tê-lo.

Fala contigo

Cria projectos, organiza o teu interior para gerir as inseguranças. Percebe o que são necessidades do corpo e as aspirações profundas. Tenta dividir sentimento e desejo porque se confundem. Ás vezes convivem harmoniosamente, quando se ama, mas outras vezes entram em conflito quando se confundem.

Ver «As palavras que nunca foram ditas» IN:

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Memória

Não penses como um velho porque os seus pensamentos só andam para trás, porque já não têm futuro, porque já não têm tempo para gerar objectivos para lutar. Deixa o passado no seu lugar e abre portas ao futuro enquanto podes, porque o tempo é escasso e a vida é curta, rapidamente chega ao fim. Aproveita-a porque só te é dada uma hipótese neste jogo! Não a desperdices, não deites fora as oportunidades que ela te dá! Quando se é velho não se sonha. Isso fica reservado para os novos. Por isso não deixes de sonhar enquanto podes!
Para um velho a memória é como magia, transforma o dia-a-dia, é como um poço onde vai buscar água fresca para beber, água que sacia por momentos mas que dá força para continuar a viver. A memória hidrata a seca vida de um velho.

Ver «Sonhos I» IN:
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Amor

O Amor é como um cavalo que não conhece a fadiga. É emoção, afeição, desejo, paixão, satisfação, conquista, líbido. É querer bem e gostar muito. Pode ser romântico e com atracção física, pode ser prático e que espera algo em troca, pode ser altruísta, generoso, incondicional ou de amizade, baseado na confiança mutua e nos projectos compartilhados, em que o mais importante é seduzir e cativar, em que a atracção física é o menos importante.
O verdadeiro amor é o que concilia tudo isto. É participação, carinho, compreensão, companheirismo, atracção intelectual e física. Quem não sente isto é porque nunca amou ou não sabe amar!
Estar só é a coisa mais triste do mundo! Amar e ser amado, ter o amor como o cume a atingir é a valorização da vida, é viver!

Ver «Amor» IN:
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ALMA

Cada ser humano é reflexo da sua alma. Esta pode ser pura, sã, iluminada, cheia de amor e leve como uma borboleta ou pode ser repleta de bactérias, doente, obscurecida, de sentimentos distorcidos e confusos como um maléfico monstro."A Alma só é bela pela inteligência, as outras coisas, tanto nas acções como nas intenções, só são belas pela alma que lhes dá a forma da beleza" (Plotino)Ser uma alma imortal é ter auto-consciência, é conhecer-se a si próprio, é ter noção do Ego (epírito de vida, humano e divino), mente e corpo. O espírito, que acompanha a alma, dá-nos coragem e vigor, é a vida.Cada ser humano tem o seu objectivo. De tudo o objectivo é o limite e já que temos que lutar que o cume seja o objectivo. Esta luta deve ser feita com mérito e justiça, mas em muito pesa a sorte, o árbritro supremo da vida humana, sujeita aos limites da dura incapacidade.

Ver «Alma Gémea» IN:

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Anjo Negro

Se um dia o Amor morrer
Vai ser encerrado numa urna
E enviado para junto dos Anjos,
Onde também eu estarei...
Porque as cinzas serão as minhas,
Porque só deixarei de amar
Quando fizer a viagem em direcção ao Além.

Vou nas asas de um Anjo,
Um Anjo Negro,
Porque a Morte também é um Anjo,
A morte também nos dá paz,
Ela alivia para sempre a dor de um coração desfeito,
De um espírito perdido, de uma Alma solitária...

Se quando eu morrer vou para o paraíso
Então peço-te, Morte, leva-me já,
Porque estou cansada deste Inferno,
Porque não sei viver sem Amor!

Morre-se muito lentamente por dentro
E, ás vezes, escolhe-se não viver,
Que é uma forma de estar vivo e morto ao mesmo tempo.

Morte, leva a minha Alma para o seio dos céus!

Os extremos são inimigos da inteligência, a vitória consegue-se com moderação.