Este mundo está carregado de manhas e de manhosos, com a mania da esperteza, que pensam enganar tudo e todos mas que, no fim, são eles os que mais sofrem com o enganos, pois são quem mais se engana.
O meu sorriso também engana. Pode ser de verdadeira alegria, simpático, mas também pode ser sarcástico ou de uma infinita tristeza.
Posso ser ou fingir ser ou ainda ser simplesmente pseudo. Posso guardar o sentimento, fingir que o tenho ou que não o tenho. Posso mas não quero (ou será que não consigo?). É difícil viver num mundo de sentimentos, preferia ser um robot ou viver numa utopia criada por mim.
Transcender o real, olhar o nosso mundo como o irreal e o meu como o lugar onde posso ser feliz, o lugar construído pela vontade e desejo, segundo ambições e prioridades. Um mundo feito por mim, consoante, os meus critérios de felicidade, amor, alegria, mas atmbém um mundo de todos porque todos os que de mim gostassem podiam lá entrar e ficar a morar no meu coração.
Mas vamos sonhar um bocado, vamos criar um mundo cor-de-rosa, uma realidade pretendida. Aqui, neste mundo floreado, os ilusionistas não têm entrada. Os falsos, manhosos, hipócritas, os que não são capazes de serem leais e fiéis também não!
Aqui só quero:
aqueles que saibam ouvir e comunicar também;
aqueles que confiem em mim e em quem eu confie;
os que sabem amar sem pedir nada em troca e os que se deixem amar também;
os que nunca traiam a minha confiança porque também eu não os trairia;
os que saibam participar da vida sem cometer injustiças deliberadas;
os que anseiam por amigos verdadeiros e os que vivem para encontrar a cara metade;
os que vivem de e para o amor.
São bem vindos:
os apaixonadamente apaixonados;
os que não têm medo de mostrar os sentimentos;
os que têm coragem para dizer bem alto: «Amo-te!»;
os que saibam amar o outro com todas as suas virtudes e defeitos (isso é amor);
os que sejam compreensivos não só com o coração mas também com a cabeça;
os que se apercebam qual é o limite do outro e o respeitem;
os que saibam parar a tempo de evitar desgraçasL;
os que tenham sentido de responsabilidade e também de humor - porque rir refresca a alma e descomprime.
Os egoístas insensíveis podem ficar no mundo deles, sozinhos, porque assim é que se sentem bem!
Esses que pensam que os outros são obrigados a fazerem tudo por eles mas não fazem um sacrifício quando é preciso, que esperam tudo mas não dão nada, que julgam que o mundo gira em torno deles e não vêem mais nada nem ninguém, a esses não os entendo nem os quero no meu mundo.
Aos egoístas;
aos desleais e infiéis;
aos insensívesi;
aos blocos de gelo que não derretem;
aos puramente racionais;
aos estupidamente orgulhosos;
aos teimosos como uma porta via-vem ou uma cadeira de baloiço (que se mexe mas tem sempre que voltar à sua posição inicial);
aos que não sabem pedir desculpa quando erram;
aos que não têm palavra a aos que a sua palavra vale zero;
a estes fora com eles, Rua!
Seria assim o meu mundo. Mas a realidade é outra, temos que aprender a conviver com tudo e todos, temos que ser nós e só nós a solucionar os problemas, muitas vezes com um esforço sobrehumano, um esforço que tenha força suficiente para nos manter vivos por muito tempo. É que, por vezes, o unico sentido da vida é a morte!